"Surfar é uma arte e há muitas linhas diferentes para desenhar em uma onda" Kelly Slater







sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Imperfeição.



Não nasceu para ser agressivo ou apenas rebelde

Não há necessidade de risos forçados ou palhaçadas fora de hora

Rir é um santo remédio, nas horas certas

É preciso estar doente

Pintar é ser artista?

Esculpir é a necessidade da arte?

Escrever, questionar é a necessidade da vida?

Amar?

Reunir o mundo, melhorar-lo, modificar-lo

Mudar?

A perfeição é formada por infinitas imperfeições

A onda perfeita é apenas uma união de imperfeições

A beleza é a imperfeição

Ninguém procura a perfeição

Procura reunir imperfeições

Devaneios verde-água

Paredes caem a sua frente, passe por dentro

Saia na Baforada, molhe o cabelo, seja imperfeito

Faça arte, sem pincel, sem nada

Pegue uma prancha e sonhe

Busque, a imperfeição da vida

E seja perfeito.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Um novo campeão.



Uma vitória improvável de um garoto incrível.

Uma vez, em um momento crucial de sua carreira, ele disse em aberto para o mundo ouvir logo após de perder uma bateria de forma bem estranha o seguinte para os juízes: “talvez eu deve-se nascer de novo, talvez devesse ser australiano ou quem sabe americano e ai sim, me levariam a sério”.

Ele não nasceu em nenhum berço do surfe tradicional, porém nasceu em um paraíso, tanto de paisagem como de ondas. Ilhas Reunião é sua casa natal, a bandeira vermelha, branca e azul de Napoleão é sua bandeira. Seu nome, Jeremy Flores.

Jeremy é um Young Gun da Quicksilver. É uma das maiores apostas do surfe, mas como ele mesmo desabafou, não é australiano, não é americano, não tem mídia, a verdade, ele esta junto de um monte de surfistas de 2° escalão para vendas e para as revistas.

No Brasil Jeremy tem um pouco mais de atenção, já que é namorado da Top Bruna Schmitz e principalmente fala muito bem o português, assim, acabou sendo acolhido pela mídia brazuca, mas nada demais também.

É difícil ver-lo estrelando alguma coisa, esta em quase todos os filmes de surfe, principalmente produzidos pelo seu patrocinador, porém, sempre foi um coadjuvante.

Assistindo o último campeonato do ano, vi o francês pegar um tubo impressionante, caíram a sua frente 3 sessões e o tubo fechou a sua porta de saída, Jeremy simplesmente dinamitou a saída, abriu seu próprio caminho, saiu de algo que não havia saída. Na hora gritei, “isso é um 10”, mas não foi, algo na casa dos 9 pontos. Occy o lendário touro disse, na cabine de transmissão: “Ei, só o Slater tira notas 10? Qual é???”

Jeremy foi passando baterias, pegando diversos tubos nota 10, mas nunca veio. Mas os 9 pontos que ia tirando foram lhe levando para um confronto, onde havia apenas um favorito. O Francês pegou na semifinal o alien Slater.

O resultado estava defindo. Mais uma vitória do americano 10 vezes dono do mundo.

Errado!

Em um erro crucial do careca (raro de acontecer) deixou uma onda passar a menos de 1 minuto do final, dito e feito, la veio mais um 9 e uma final inédita.

Jeremy Flores atropelou seu adversário na final, e consagrou-se o primeiro europeu a vencer o Pipemasters.

O campeonato rolou em homenagem a Andy Irons, e seria irônico demais o Careca vencer, acho que A.I. surfou junto com Jeremy e lhe presenteou com altos tubos, o 10 não veio, mas tenho certeza que nesse momento o jovem garoto de apenas 22 anos, deixou de ser apenas um coadjuvante, tornou-se uma estrela, um vencedor do maior campeonato de surfe que existe.
Quem sabe um dia, para ser o melhor do mundo não se precise ser australiano ou americano (some os havaianos) quem sabe ser francês ou brasileiro, até japonês... sei lá, que a política não influa tanto, e sim, os melhores tubos e manobras.

Parabéns Jeremy Flores, agora você não é mais um Young Gun...

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Pipe Girls!

Stephanie em um tubão em Pipe - Fonte ASP.

Lá longe, em 2002 começou um sonho para as meninas. O filme americano chamado The Blue Crush, aqui no Brasil renomeado de A Onda dos Sonhos, conta a história de uma Havaiana que havia ganhado quando pequena o título nacional, porém depois de um trauma na maior onda e mais perigosa do mundo, Pipeline não conseguia desempenhar mais todo o potencial que tinha.

O filme é fraquinho, como todos os filmes dramáticos atualmente, mas mostra de forma escancarada a diferença das meninas e dos meninos quando o tema é surfe.

Ontem um feito histórico aconteceu no Havaí, finalmente colocaram as meninas na água, em Pipeline, para uma final da Tríplice Coroa Havaiana. Não foi um campeonato inteiro, foi apenas uma bateria, mas pelo menos as meninas puderam desfrutar de uma estrutura absurda e de um mar beirando a perfeição.

Deixa explicar melhor.

O campeonato masculino é dividido em 10 eventos, disputados em 10 lugares diferentes, com o encerramento no maracanã do surfe, Pipeline, Havaí.

O campeonato feminino é dividido em 8 eventos, e o último é em Haleiwa, Hawaí (?).

Isso por que existe ainda um pré-conceito terrível sobre as meninas. Muitos acreditam que elas não são capazes de surfar Pipe. Papo para boi dormir.

A verdade é que os mocinhos havaianos tem é medo de uma invasão da mulherada para dividir o Line-up (linha de espera para as ondas), e ainda por cima pegar as melhores ondas.

Ontem, 4 meninas tiveram a oportunidade de mostrar para a rapaziada e para o mundo, essa “falta de capacidade”. Stephanie Gilmore (4x campeã do mundo), Tyler Wright (15 anos), Coco Ho (Filha do lendário Michael Ho) e Alana Blanchard (musa do surfe mundial e classificada para o WT feminino de 2011).

Elas pegaram altas ondas, colocaram para baixo em todas as morras que vinham e muitas vezes eram nocauteadas dentro de tubos cavernosos. Mas elas sabiam a importância de uma apresentação de gala, sabiam que não podiam mostrar medo. Por que essa onda mete medo em qualquer um.

Era hora de mostrar para os homens uma vez por todas que não existe diferença, meninas e meninos no surfe ou qualquer outro esporte. Somos iguais, assim como em qualquer esfera de nossa sociedade.

As vezes fico impressionado como ainda “estamos” nessa onda de pré-conceito.

Não tenho certeza de quanto é o prêmio para o 1° colocado do Pipemastes (evento masculino), mas acredito que gire na casa de 50 a 100 mil dólares. Ontem a Stephanie GIlmore que venceu mais uma vez (diga-se de passagem), levou um cheque de 10 mil, um absurdo!!!

Tá bom, alguns diriam, 10 mil dólares para 30 minutos de trabalho, esta bom demais, ok, olhando por ai até acredito, mas você despecaria de uma onda de 2 metros e pouco, sabendo que a profundidade do mar não chega a 1 metro, e ainda o fundo e feito de coral afiadíssimo?

Os eventos diferentes, as premiações diferentes, tudo é diferente, tudo para elas é inferior e devia ser o contrário.

Elas merecem muito mais e provaram ontem para todos que estavam ali, parabéns meninas, continuem embelezando as ondas, trazendo um pouco mais de tranqüilidade para o fundo do mar, acalmando os marmajos que gostam de brigas... E principalmente continuem essa busca por mais espaço, afinal de contas, é muito mais gostoso assistir as melhores ondas do mundo sendo surfadas pelas melhores meninas do mundo!



sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Fênix?

Raoni sendo carregado ao podio (detalhe, um deles é o Neco, incrível surfista brasileiro apaixonado)


Em 1991 eu nem fazia idéia o que era surfe.

Mas tinha um “cabra arretado”, que mandou ver nas perigosas e densas ondas de Sunset Beach no Havaí. Foi o 1° e último brasileiro a vencer em águas havaianas... Opa espera ai um segundo, ERA até então o último.

Ontem o feito se repetiu. 19 anos depois um brasileiro volta a vencer em águas havaianas, o mesmo campeonato que o “cabra arretado” havia embolsado a tanto tempo atrás.

Nomes aos bois:

Cabra Arretado = Fábio Gouveia, ídolo brasileiro no surfe.

Brasileiro que voltou a vencer: RAONI MONTEIRO!

Assistindo as últimas baterias do campeonato, via o carioca, local de Saquarema destruir as ondas e assim ia passando as baterias, mas os locutores gringos não apostaram nem se quer um centavinho no brasileiro.

A final foi entre Julian Wilson (grande promessa australiana), Josh Kerr (ex-top WCT que conseguiu voltar a elite depois do evento), Granger Larsen (Havaiano) e Raoni (que também já fez parte da elite mundial).

Mas antes de falar da final, falemos um pouco de quem é Raoni Monteiro.

Raoni hoje tem 28 anos, mas quando o vi surfar pela primeira vez, a longos 8 anos atrás, no Surf Adventures I fiquei impressionado.

O Carioca era o cara mais Power e mais Radical de todos, tem uma patada inacreditável, algo meio Neco Padaratz, só que mais atual, moderno. Talvez por ter sido lapidado na incrível onda de Itaúna.

Possui-a um grande patrocinador (Rip Curl) por trás de sua carreira, o que lhe rendeu grandes viagens e filmes, porém essa parceria termina de forma estranha, quando Raoni perde no Havaí sua chance de continuar na elite do surfe mundial, o WCT.

Abandonado.

Depois vem uma lesão forte no joelho, operação e um bom tempo de molho. Ai vem as dúvidas, será que ainda dá, será que é o fim???

Casado e pai de uma filha, o surfe profissional pode ser ingrato, até mesmo para aqueles que não merecem. A um tempo atrás escrevi sobre uma competição da divisão de acesso realizada na Cacimba do Padre em Fernando de Noronha, onde Raoni fez a final e venceu. Na entrevista, exibia uma prancha toda branca, sem nenhum adesivo de patrocínio.

Hoje Raoni integra a marca internacional O’Neill, mesmo patrocinador do futuro campeão mundial Jordy Smith.

Bom voltando a final.

Raoni estava em 4° lugar na final, faltando poucos minutos para acabar a bateria, o brazuca encontra uma onda, a maior da série e arrebenta, primeiro com uma rasgada exibindo as quilhas para o mundo, seguindo de uma batida com 360° e uma porrada na junção a la Jõe “Smoke” Frazier.

De 4° lugar para o caneco tão sonhado. Ninguém mais poderia tirar o título que parecia tão improvável.

Confesso que não acreditava, torcia, mas achava difícil sei lá por que, talvez por que eu seja um baita de um pé frio, sempre que torço para alguém esse alguém perde, ontem foi diferente, ainda bem... Sorte do Raoni.

De quebra, além de escrever seu nome na história do surfe mundial, Raoni volta para a Elite mundial e se junta a Adriano, Jadson e Heitor (re-classificado esse ano), formando o quarteto mágico para 2011.

Mais legal de tudo foi ver o carioca antes do pódio, dando um beijo em sua mulher, nitidamente emocionado atrás de um óculos escuro (coisa de patrocínio), e depois contestando o locutor, falando que apesar de ondas pequenas ele havia surfado bem, Raoni, um verdadeiro campeão lhe responde (algo do gênero):

“Independente do tamanho do mar, o talento de todos os surfistas é o mesmo, as condições são as mesmas” faltou apenas dizer: O CANECO É MEU!

Parabéns Raoni e vai com tudo rapaz.

PS: Quem ainda tem chances de classificação é o filho de argentinos, Alejo Muniz, esse moleque é impressionante, tem um estilo inacreditável, algo como um Joel Parkinson brasileiro, mas depende de tropeços importantes de alguns dos tops na última etapa em Pipeline. Vamos torcer... Ou melhor, zicar os caras (rsrsrs)... Mick Jagger neles!

sábado, 27 de novembro de 2010

Chove chuva...


Um show, um momento, uma família, um sonho...

Segunda feira passada pude ver como a história é importante na vida das pessoas, como o rock pode continuar vivo na mente e no coração das pessoas.

Ver muitas pessoas de idade mais “avançada” assistindo, cantando, dançando as baladas que foram o embalo de suas juventudes, e ainda, embalam novos jovens, novos garotos e garotas.

The Beatles foi uma das mais importantes bandas da história, seus personagens foram revolucionários e mudaram o jeito de fazer rock and roll, mudaram o jeito das pessoas pensarem.

4 garotos de Liverpool que saíram da pequena cidade inglesa para o mundo. 2 se foram, inexplicavelmente o rock tem dessas coisas, seus ídolos morrem, sendo assassinados, morrendo de overdose, desprendendo-se do mundo, morrendo sozinhos em quartos de hotel, entre tantas outras formas tristes de largar seus fãs sem nada.

Mas um deles sobreviveu, Paul McCartney, esta vivo.

Paul veio a Brasil, sei lá depois de quanto tempo de sua última visita, fez duas apresentações. Domingo e segunda, dias históricos para o rock brasileiro, dias 21 e 22 de novembro.

Segunda amanhece com calor, mas a chuva logo chegaria, e como choveu, o caminho pela João Saad, em baixo de uma chuva insana, já nos mostrava que ia sem um show molhado.

Já na arquibancada, vemos um palco, com telões enormes, a cerveja esta gelada, e a chuva parece dar uma trégua.

Logo Paul entra em cena. Com seu contra-baixo em baixo do braço, blazer roxo, sorriso no rosto. Ensaia lindas palavras em português e logo se põe a cantar.

A história se completa.

“Essa musica eu escrevi para meu amigo John” o céu que estava totalmente encoberto abre um espaço para aparecer uma lua cheia, inacreditável. Me arrepio inteiro, John esta ali. John esta ali.

Depois de uma quantidade de clássicos, e músicas de sua carreira solo, “essa musica eu escrevi para meu amigo George”, a lua reaparece, as lágrimas rolam quentes pelas bochechas. Essa não era só especial para o George, era para mim também. Something...

Something.

Uma noite histórica.

Ver minha mãe, jovem beatlemanica sorrindo perdida entre tanta emoção...

Tem coisas que só o Rock proporciona, pena que este, esta morrendo aos poucos, afinal nossos ídolos vão morrendo a cada dia, novas canções se tornam velhas conhecidas, velhas bandas se tornam história... O que será de nos quando estivermos velhos? Quem vamos ver em estádios lotados?

Ps. O próximo já esta comprado. Ozzy Osborne no Anhembi, 02/04/11... Temos que ver sempre a história de perto, antes que elas estejam apenas nos livros, discos e CDs....

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Velhos? Só se formos nós!


Dentro do tradicional campeonato Havaiano chamado de Tríplice Coroa Havaiana, esta sendo disputada nesse momento no arquipélago, esta acontecendo um campeonato paralelo nas águas cristalinas de Haleiwa.

Esse campeonato foi chamado de Clash of the Legends (Embate ou confronto das lendas) e nada poderia ser mais justo para o que vemos dentro da água. A idéia é bastante simples, juntar um monte de ex-campeões mundiais em uma bateria “profissional”.

Mas juntar campeões do mundo é certeza de grande entretenimento para quem vê e grande disputa para quem participa.

Ver o Touro Indomável conhecido também por Mark Occhilupo magro, forte novamente em plenos 44 anos, enfrentando seu maior rival, o mestre do estilo Tom Curren, em ondas de mais de 2 metros é para tirar o chapéu, abrir uma cerveja e simplesmente ajoelhar-se a frente do computador e agradecer aos deuses do surfe!

Os caras estão disputando uma bolada de 10 mil dólares, mas não é só isso que importa, o que importa é que para esses caras é, que a competição nunca saiu de suas veias e nesses poucos momentos (oportunidades) eles voltam com tudo e mostram para molecada que surfar não é sair voando e rodando em cima das ondas, é acertar porradas, tiros de escopeta ou até mesmo de bazuca nas pesadas cristas havaianas.

Para esses caras, surfar sempre foi o maior desafio e hoje pode-se perceber que lutam contra a idade, mas calma, lutam para não envelhecerem fisicamente, por que definitivamente o surfe deles continua novo.

Eles já disputaram 2 das 3 baterias desse “campeonatinho”, e Tom Curren lidera com pouca vantagem, em 2° lugar vem Occy, em 3° Sunny e por último mas não menos importante vem Tom Carroll, que na primeira bateria surfou um monstro e pensar que ele não surfava a 8 meses por conta de uma complicadíssima fratura na fíbula.

Falta apenas uma bateria, mas para quem não pode ver nenhuma, coloco aqui os melhores momentos das 2 primeiras baterias. Não é a mesma coisa, mas pode-se ver o quanto são jovens esses aposentados!

Tá reclamando que ta ficando velho? Vamos embora, que a idade é uma questão de espírito!!! Bota pra baixo veiarada!!!!!!!!!!!!!!!!







Para saber o que esta acontecendo:

Tom Curren: (Azul) 46 anos, 3 vezes campeão mundial (1985, 1986 e 1990).

Total de pontos: 30.16

Mark Occhilupo: (Vermelho) 44 anos, 1 vez campeão do mundo (1999).

Total de pontos: 29.86

Tom Carrol: (Branco) 49 anos, 2 vezes campeão mundial (1983 e 1984).

Total de pontos: 22.67

Sunny Garcia: (Amarelo) 40 anos, 1 vez campeão mundial (2000).

Total de pontos: 23.45

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A morte de um campeão.



Depois de um final de semana prolongado por conta do feriado, tinha montado todo um texto na minha cabeça, afinal, dentro de tantas coisas boas nesses últimos dias, tive experiências no mar que valiam demais um texto, tinha até o título pronto, porém, algo difícil demais de entender aconteceu ontem, terça-feira, dia 2 de novembro, dia de finados, dia que um ídolo foi embora.

A pouco tempo escrevi um texto intitulado de “A volta de um campeão”. Esse texto contava o retorno ao lugar mais alto do pódio de um tri-campeão mundial de surfe, que após um tempo afastado das competições tinha alcançado mais uma vitória no circuito mundial, onde ele não acreditava que conseguiria, ainda mais tão cedo.

Esse cara, chama-se Andy Irons. Um havaiano, que apesar de ter um dos surfes mais bonitos de todos os tempos, era um animal quando se tratava de competição, tanto que foi o único adversário verdadeiro que o maior de todos os tempos, Kelly Slater teve, e este ainda reconhece que todos os confrontos e a convivência o fez ser um melhor ser humano.

Andy sempre teve uma imagem conturbada, afinal tinha posto em cheque a posição de melhor do “queridinho” da mídia mundial, não que Slater não o merece-se por que não creio que haja nesse mundo alguém que surfe e compita melhor que o mesmo. Porém Andy mostrou ao mundo que o Alien careca não era imbatível como se pensava, e isso incomodou muita gente.

Após o tempo que ficou afastado, o rebelde e impulsivo Andy deu lugar a um cara sereno, um cara com uma humildade incrível. Andy em suas entrevistas sempre falava que havia reencontrado o caminho da felicidade, tinha reencontrado o prazer de surfar e de competir, porém, seus olhos mostravam uma besta muito mais calma, afinal, ele já não era aquele jovem agressivo, ele agora era um sujeito de 32 anos, esperando para ser papai.

Sua mulher estava no 8° mês de gestação, era um menino. Andy havia conquistado uma vitória no ano, estava bem ranqueado no circuito neste ano, estava em forma, e principalmente esbanjava uma alegria contagiante. Mas isso se foi, e se foi tão abruptamente que ninguém consegue entender.

Andy tinha competido em Portugal, a última etapa disputada até então. Enquanto todos os surfistas da elite mundial seguiram para Porto Rico, o havaiano apresentava um quadro de virose. Mesmo assim foi para Porto Rico disputar a penúltima etapa do ano, mas lá ficou ainda pior.

O surfista desistiu da competição, apresentava um quadro tenso, estava mal demais. Os médicos disseram que ele estava com dengue, e assim, Andy resolveu ir para casa, o Havaí, mas ele nunca mais veria sua ilha mágica.

Andy morreria em um quarto de hotel, sozinho, longe da mulher, longe da família, longe dos amigos.

Aparentemente Andy contraiu uma dengue hemorrágica, e foi encontrado morto em sua cama com alguns frascos de remédios em seu criado mudo. Alguns médicos dizem que ele pode ter sofrido uma overdose de remédios, porém, não é bem assim. Os remédios estavam para ajudar-lo a enfrentar a dor que esse tipo de dengue apresenta.

O motivo da morte de Andy não será revelado tão cedo, pelo menos teremos que esperar entre 2 a 3 meses, que sairá o laudo da autopsia.

O que nos resta é relembrar o sujeito que foi, lembrar de seu surfe, de suas palavras, de seus títulos, e assim torná-lo inesquecível no mundo do surfe e em todo o resto.

As vezes me surpreendo como podemos ficar abalado por sujeitos que nem conhecemos, mas o que um amigo me falou é verdade. Como amo tanto o surfe, acompanho tanto os campeonatos e os surfistas é impossível não se envolver e fazer parte, pelo menos um pouco da vida do cara e ele da sua.

A verdade que fiquei sem reação quando vi a notícia na TV. Simplesmente não acreditei e para ser sincero, ainda não acredito muito.

Espero que nesse momento Andy esteja surfando altas ondas no paraíso, e que seu filho tenha todo o carinho do mundo, e que as pessoas que o cerquem contem a ele tudo que seu pai representou no esporte e na vida de tanta gente espalhada pelo mundo.

Vá em paz, campeão...

sábado, 30 de outubro de 2010

Enrolando

Nossa, entrei hoje nesta página e vi que passou muito tempo desde meu último texto, no qual fiz críticas ao evento SWU.

Na verdade não tenho tido nem tempo nem muito o que contar, assim, passou todo esse tempo. Porém nada mudou desde em tão, continuo sem ter o que escrever. Na verdade existem vários assuntos, mas nenhum me inspira a escrever um texto.

Essas últimas semanas foram muito longas e o quem mais fiz foi contar as horas para a chegada desse feriado. Assim, amanha após votar, sigo em direção a praia, aproveitar os momentos de folga, com muito surfe, risadas, cerveja e o merecido descanso.

Quem sabe essa viagem rende um texto de verdade, e não essa “enrolação” aqui.

Abraços, e bom feriado!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Uma boa idéia com um bocado de bagunça!



Festivais de rock and roll sempre fizeram parte de minha vida. Sempre que rola um bom show estou lá presente também. Sempre foi assim, desde meus 17 anos. Já coleciono canhotos de ingresso a dar inveja a muita gente.

O Rock sempre correu em minhas veias, e como um bom roqueiro continuo indo atrás das bandas de cabeceira e gritar ao vivo junto com um monte de malucos tão ou mais aficionados do que eu.


Mas, um evento acabou por me chamar atenção, logo comprei o meu ingresso. O tal de SWU.


Parecia um festival bem tranqüilo, não havia nada de grandioso, nenhuma mega banda. Assim, acabei por comprar o 2° dia, para ver o Dave Mathews Band. Para minha infelicidade no dia seguinte foi confirmada pela organização do evento uma das bandas que mais escutei na minha adolescência, o Rage Against The Machine.


Não dava mais, já tinha gasto uma grana no ingresso. Ficou para outra vez (espero)... Mas foi ai que minhas suspeitas começaram. Como confirmar uma banda de tanto peso, depois de quase um mês de vendas de ingresso? O Rage foi a 1° banda de um monte de outras a serem confirmadas depois da venda de ingressos. Desorganização ou malandragem para forçar a galera a comprar mais ingressos?


O tempo passou e o dia do show chegou.


A chegada ao local foi até que tranqüila, tenho que dizer que soltei um belo elogio com a galera, um monte de gente trabalhando e orientando a galera que chegava de carro. Estacionamento organizado, tudo estava maravilhoso, ESTAVA!


O SWU é um festival que propunha uma idéia muito legal, juntar música com cultura, com palestras, com CONSCIÊNCIA social e ambiental! Propor é fácil, fazer é outra história completamente diferente!


Na fila de entrada, carregava em minha mochila os seguintes itens: 2 pacotes de clube social (6 unidades cada) LACRADO, mais 2 pacotes de clube social recheado LACRADO, um pacote de twis LACRADO, uma barra de chocolate LACRADA, e um pacote de bolacha, adivinhe? LACRADA também e 2 blusas.


Na minha concepção, alimento trazido de casa, é uma forma de ajudar o meio ambiente, já que não teria que comprar nenhum alimento cozinhado no local, pouparia energia, gás, economizaria o meio ambiente com mais um pratinho sujo, etc. Para minha surpresa, era PROIBIDA A ENTRADA DE ALIMENTOS NO LOCAL! Que não estava divulgado no site do festival.


Acredite meu amigo, fui obrigado a jogar tudo no LIXO, todo aquele alimento NO LIXO. Antes fosse coletado de forma descente e distribuído para quem não ter o que comer. Ainda há tanta gente passando fome no mundo e tive que jogar muita comida no lixo, por normas de um evento maravilhosamente sustentável ou será melhor, sustentado por patrocinadores absurdamente preocupados com o mundo.


Devo confessar que foi terrível jogar toda aquela comida no lixo. Fiquei P da vida, e não agüentei, soltei o verbo para quem queria e não queria ouvir. Começamos bem né?


Depois disso foi um fiasco atrás do outro. Ilhas de banheiros insuficientes para atender a demanda, comida caríssima e ruim (6 reais um espetinho de carne? Oito reais uma mini-pizza ou uma salsicha no pão, que ainda tinham a cara de pau de chamar de hot-dog?).


Ah, lembrei de uma boa da organização.


Logo na entrada da arena, havia caixas que trocavam dinheiro real por um dinheiro do evento, tipo fichinha, com valores diferentes (1,4,9 reais). O mais legal foi descobrir depois de trocar uma boa quantia de dinheiro pelas tais fichinhas era que apenas as praças de alimentação aceitavam as tais fichinhas, nenhum ambulante ou pontos de cerveja, água e refrigerante aceitavam as tais fichinhas, e ainda cobravam mais caro que o PREÇO OFICIAL do evento!


Mas mesmo assim, o que realmente vale é a música boa, mas ai tem a melhor pérola da organização do SWU.


O terreno onde estavam os palcos, era em declive, o que é excelente para poder ver melhor o show, mas algum gênio teve a grandiosa idéia de montar uma tenda para alguma coisa que não sei, uns disseram que era para as emissoras de TV, bom independente, era bem na frente do palco, que encobria totalmente a visão de quem não estava lá na PISTA PREMIUM ou que estava um pouquinho mais longe.


Resumindo... Não consegui ver nenhum show, apenas com a ajuda do telão.


Os shows foram razoáveis na minha opinião, todos tocaram pouco, porém todos (no meu dia) entraram perfeitamente no horário estipulado, único ponto positivo a organização...


O Dave Mathews Band, mandou muito bem...


O King of Leon fez o show mais burocrático que vi na vida, sem dúvida era a banda que mais conhecia de todas que tocaram, pulei como um louco nas que mais gostava, mas os caras não se deram o trabalho de dar oi e tchau, só descobri que o show tinha acabado por que os telões colocaram o logo do evento, e as luzes do palco se acenderam.


O Sublime agitou a galera...


O Capital Inicial, fez a gente pular pra caramba, principalmente com os clássicos do Aborto Elétrico...


A Joss Stone, foi legalzinho...


O resto, não fez a menor diferença... Sinceramente.


Agora o frio que estava naquele lugar, nunca senti na vida, agora 2 dias depois sobrou um bocado de indignação e um belo resfriado...


Acho que nem devo contar o que foi para ir embora... Ah devo sim... Lembra que no começo desse longo texto escrevi sobre o estacionamento, cheio de gente ajudando, bom eles foram embora, estava uma PUTA ZONA, ninguém sabia para onde ir, sorte a nossa que o carro estava pertinho da mega fila da estrada de terra... 1 hora e pouco depois chegamos a estrada, lá pelas 4 da manha em casa, cansado pra burro, morrendo de frio, com uma incerteza do que foi esse dia na minha vida...


Já estão falando em uma 2° EDIÇÃO do SWU, bom, galera, tem muita coisa para corrigir para ficar razoável...


Para quem tiver curiosidade o site do UOL tem um monte de fotos dos shows, olha lá, saca a sujeira no chão depois dos shows, NÃO TINHA LATÃO DE LIXO SUFICIENTE, NA VERDADE VI 3...


SUSTENTÁVEL???!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Um Sonho!?

Acordo cedo, abro a janela e vejo o sol surgindo de trás da montanha, levanta-se devagar, sem pressa, afinal, o mundo continua a seus pés. De pouco em pouco os raios dourados começam a invadir meu quarto e logo iluminam minha parceira, que esta reluzente, pronta para encontrar-se com seu maior amor.

Inspiro-me no sol, levanto sem pressa, passo pela cozinha, pego uma caneca com chocolate quente, ainda com o cobertor envolvendo meu corpo adormecido. Entre um gole e outro vejo o vapor denso que sai de minha boca misturando-se com a brisa gelada da manhã. O sol está ainda saindo, e através das curvas das montanhas vejo, lá trás, elas, as ondas.

Vejo que ainda paira uma névoa dourada sob o mar, porém as ondas já estão quebrando forte, e sem nenhum vento. As ondas caprichosamente quebram sobre as rochas, que nessa manhã não possuem aquele ar amedrontador de todos os dias, hoje, elas apenas servem como rampas para as ondas subirem e formarem paredes simplesmente perfeitas e tubulares.

Estas águas possuem uma cor azul límpida, quase transparente, mas nessa manhã, quebram douradas, como a estrada mágica de mago.

Acabo meu último gole, coloco minha roupa de borracha, pego minha prancha e desço pelas escadas de madeira, um ruído típico de um degrau solto ecoa, olho para trás e ninguém se incomoda.

Descalço, sigo meu caminho pela grama alta e molhada. O sereno ainda esta presente em todas as folhas, dando um ar ainda mais belo a paisagem. Os campos ou vez de verde escuro possuem um tom esbranquiçado nesta manhã.

Aos poucos a vegetação começa dar espaço aquela areia densa, de textura rugosa e fria, desvio de pedras e piso em conchas quebradas, nada me incomoda, sento na areia por alguns instantes, para apenas apreciar as ondas quebrando sozinhas, levanto-me e vou a direção das pedras, para poder pular lá de cima já atrás das ondas.

O sol esta um pouco mais alto, não faço idéia de que horas são, simplesmente não importa, estou sentado sob meu tapete mágico, apenas admirando, esperando a minha série desembarcar. Logo surgem os rabiscos divinos no horizonte, sei que elas vêm em minha direção, o coração começa a palpitar.

Deito sobre a prancha, e dou algumas poucas remadas, porém, fortes. Logo sinto as gotículas de água salgada batendo sobre meu rosto, estão frias e me fazem sentir vivo. Em um movimento esperto estou de pé deslizando naquela parede agora escura, pela sombra dela mesma. Uma mão desliza rompendo aquela parede, que foi solida.

Acelero. Vejo a frente uma sessão, é lá – penso – e projeto toda a minha força e destreza, acertando uma forte manobra sob o lip que vinha a quebrar, em seguida, uma curva forte, e outra forte manobra. A onda parece gostar, meu coração também.

Saio da onda, e volto novamente ao fundo, a água esta azul, as sombras sumiram.

Outros e mais outros rabiscos se formam consecutivamente, apenas para mim, e assim, por toda a manha surfo. Estou, sou, livre.

Saio do mar, e sigo colina acima, a grama já perdeu a sua coloração branca, já exibe seu forte verde escuro e também não esta mais fria e molhada, esta seca e morna. Chego a velha escada de madeira, encosto minha prancha sob a velha sacada, tiro minha roupa de borracha.

Enrolado com uma toalha sobre meu corpo cansado, saboreio um café quente – na sacada que leva a velha escada de madeira – que parece saber o quanto é gostoso e o quanto trás de calor ao corpo, um calor físico, por que o calor da alma, este ferve.

Fecho as cortinas, mas ainda há uma tênue luz pairando em meu quarto, deito-me e sinto cada parte de meu corpo relaxar, logo durmo.

Acordo de repente, meio assustado, em minha cama, em um domingo qualquer e percebo que chove forte e que o mar não esta perto.

Logo realizo que foi apenas um sonho e me aconchego novamente meio decepcionado, porém logo um pensamento me toma a consciência, este, me tranqüiliza, mas ao mesmo tempo me impede de dormir rapidamente.

O pensamento era de que pelo menos, nesta noite, minha alma surfou como talvez meu corpo nunca surfe. Prontamente tentei induzir minha mente a aquela sensação de paz que sentia no meu sonho, e durmo novamente, com um sorriso no rosto, meio amassado pelo travesseiro da realidade.

sábado, 4 de setembro de 2010

A volta de um campeão.

Ontem tive o prazer de assistir ao vivo incrível retorno de um campeão. Não sei por que, mas essas coisas que, apenas acontecem no esporte, me instigam, me emocionam de verdade.

Ontem, o esporte em questão era o Surf, e o campeão, ou melhor, o tri-campeão era o havaiano Andy Irons, que estava afastado das competições por quase 2 anos e acabou retornando esse ano por um convite da associação de surfe internacional.


Ele sempre foi tido como vilão pela mídia especializada por ter sido o único cara que incomodou o rei dos mares Kelly Slater, e como em todas as histórias de mocinhos e vilões, acabou sobrando para o vilão o rotulo de mau e principalmente de inimigo.


Lembro-me que na época, era totalmente a favor do mocinho, e realmente achava que o vilão era vilão, mas hoje devo dizer que foi manipulado pelas revistas, pelos cronistas e por tudo que saia a respeito do surfe. Principalmente por que Andy é um cara normal, é um de nós, sujeito simples, com problemas e dificuldades, mas acima de tudo, é um sujeito incrível.


Quando Andy se afastou do circuito mundial, fez algo que ninguém esperava, convidou seu rival (Slater) para fazer uma viajem pela indonésia, o que rendeu um filme, chamando “A fly in the champange” que é muito bacana por sinal. E a partir da-li a mídia não teve mais o que escrever sobre eles, afinal, os arqui-rivais tornaram-se amigos.


Esse ano, Andy estava de volta as competições, mas seu surfe estava diferente, mas fraco, menos radical, talvez ele estivesse com menos fome de vitórias, e lógico toda a inteligente mídia do esporte, deu Andy como morto, um EX-TRICAMPEÃO mundial. Palhaçada, eu diria.


Andy foi se alimentando, a cada competição, foi entrando em forma e nesta última etapa com fome de vencer.


Mas Andy mudou, não é mais um garotão havaiano, cheio de ímpeto, Andy além de mais maduro se mostra muito mais humilde, muito mais consciente que esta com 30 e poucos anos e que sua carreira começa a chegar perto de um desfecho (apesar que creio eu que possui muitos anos ainda pela frente).


Em uma entrevista antes de começar o evento de Teahupoo no Taiti, ele comentava sobre seu ano no circuito mundial, quando uma frase me marcou. Ele se referia a possibilidade de ganhar mais uma vez. E ai ele diz algo do gênero: “Queria poder vencer mais uma vez, mais um campeonato e sentir aquela energia, sentir as pessoas gritando por você, o que para mim é o maior elogio de todos, só de pensar que levo algo para as pessoas através do meu surfe, me deixa louco”.


No final dessa entrevista ele tem um olhar diferente, e termina falando que se não conseguisse vencer novamente, estava tudo bem, mas o que o deixava realmente feliz era a possibilidade de estar de volta ao circuito mundial.


Esse olhar diferente me chamou muito a atenção, pareciam transmitir algo através de olhos tristes, pareciam estar escondendo uma fera, um monstro, que na hora me fizeram associar com o último filme de Rocky Balboa, no qual Rocky diz que ainda tinha uma fera dentro dele. Que precisava de mais uma luta, a última.


Engraçado que sei muito bem o que Andy queria dizer. Por que passei por isso a um tempo atrás, quando tentei voltar a remar, mas comigo a vitória não veio. Mas a adrenalina de estar competindo fez acalmar a besta que tenho dentro de mim.


Pois é, para Andy a vitória que ele tanto desejava veio ontem, em Teahupoo, com maestria, vencendo Slater nas semifinais, e com direito a muita alegria de todos que estavam lá assistindo.


A volta de um verdadeiro campeão, que agora mais que nunca consigo reconhecer, e vibrar a cada onda, e não mais torcer contra, como quando mais novo. Força Andy, que essa vitória seja o começo de uma caminhada que possa ser recompensada com um 4° título mundial.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Bom feriado

E ai galera...

Nossa, passou bastante tempo desde meu último texto, mas isso vai acabar, já estou trabalhando num texto, mas ele esta meio complicado, simplesmente por que seu tema é difícil de responder. Mas vira na hora certa. Tenho certeza.

Mas agora a cabeça esta em apenas uma coisa, no FERIADO!!! Apenas uma manhã de trabalho me separam de momentos de liberdade, de surfe, de praia, de cervejas, de risadas, e tantas outras coisas que conseguimos apenas quando nos sentimos livres!!!

Um ótimo feriado a todos!!!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

O Absurdo da Política Brasileira.

Não sei quanto a vocês mas não consigo ver a menor graça nas campanhas de nossos candidatos ao governo.

Caras como o Tiririca e seu slogan de campanha “com o Tiririca, pior não fica” não me causa graça, me causa desespero. É o retrato de como a política nesse país não é sério, e de qualquer um pode se candidatar a qualquer cargo público.

Segundo as estatísticas das eleições 2010, que pode ser vista no site do jornal “O globo” (http://oglobo.globo.com/blogs/javoto/posts/2010/07/27/estatisticas-eleicoes-2010-grau-de-instrucao-dos-candidatos-311479.asp) temos:

“Apenas cinco candidatos declararam-se analfabetos, e 114 inseriram-se na categoria “lê e escreve” (0,6% do total). Em torno de 10% dos políticos parou no ensino fundamental completo ou incompleto, e outros 28% chegaram ao ensino médio, mas não fizeram nenhum curso superior. Por fim, 10,7% das pessoas que tentarão a eleição em outubro protocolaram que possuíam educação universitária incompleta”.

Ao ler esse tipo de notícia me embrulha o estomago, como um cara que não sabe ler e escrever direito pode trabalhar como deputado federal, por exemplo, que tipo de leis ele poderá discutir, como ele poderá interpretar algo, por que a idéia no Brasil de alfabetizado é do cara saber escrever seu nome e de poder ler-lo, não de ter senso crítico e poder interpretar textos.

Então meu caro Tiririca, com você lá, piora sim, e muito, assim como tantos outros candidatos que estão embarcando nessa de ser político para ver se conseguem ter uma aposentadoria mais farta, ou você realmente acredita que sairá algo bom de um Tiririca, um Netinho (para senador), da Mulher Melão, do Reginaldo Rossi.

Antigamente o principio de que qualquer cidadão poderia representar a população em um governo democrático era perfeito, mas hoje em dia não vejo como a democracia possa ser conduzida dessa forma. Não é qualquer um que pode resolver virar político do nada.

Acredito que deviam ser feitas leis das quais restringissem a candidatura desses caras, afinal, já basta ter que aturar-los no dia-a-dia. Acredito em 2 coisas: ou o fulano tem envolvimento com a Política a muito tempo, ou então que esse no mínimo tenha nível superior completo com algo relativo a política, seja economia, ciências sociais, administração. Sei lá, o que não pode é esse monte de palhaços se candidatando, e o pior é que um monte de gente vai votar nos caras, e eles vão entrar e vão rir de nossas caras de palhaço enquanto enchem o bolso.

Enquanto isso, o povo se diverte com o Tiririca e sua campanha, mas depois... Ai veremos...

Surfe no asfalto.



Os tempos têm andado exigentes comigo, muito trabalho, pouco tempo livre e nada de ondas. A abstinência da água salgada já perdura por 2 semanas, e as previsões nada animadoras deixam ainda mais o coração apertado e a pele ressecada.


Essa abstinência pode ser mais um motivo pelo qual hoje acordei destruído, com febre, muita dor no corpo e uma sinusite devastadora causada ela estiagem que castiga a cidade de São Paulo, que marca menos de 20% de umidade relativa no ar. Tenso.


Mas nem tudo é desespero. Nesses últimos finais de semana tenho trabalhado na Oca, no parque Ibirapuera, representando uma das escolas que trabalho em um estande muito legal (vale a pena conhecer e visitar também a exposição Corpos em Movimento que é sensacional). Mas olhava para o parque e pensava, queria estar livre para aproveitar um pouco isso tudo.


Nesse último domingo, tomei coragem e resolvi arriscar. Acordei cedo para trabalhar e ao tomar meu café da manhã penso comigo mesmo, e se levasse um skate para o parque, será que conseguiria aprender algo? Ou será que me mataria?


Não sei bem o que me deu, mas quando descia a rua de casa para ir ao ponto, o skate estava na mão. Ainda bem que meu amigo que esqueceu a tempos em casa, por que ainda não possuo um. Mas quem sabe.


Quando chego ao Parque, estava na hora da verdade, coloco o skate meio tímido no chão e subo nele ainda meio sem jeito, coração a mil, adrenalina total e medo de me arrebentar. Aos poucos tudo isso vai passando e dando lugar a uma sensação gostosa de prazer. Logo encontro uns declives no Parque, dos quais me imaginei surfando, tentando fazer cavadas no asfalto.


Chega, hora de trabalhar, me dirijo a Oca e 6 horas e meia depois... Saio da Oca e resolvo andar mais um pouco, já estou sem medo, apenas receoso, para não cair e me machucar, afinal, estava sem nenhum tipo de proteção.


Achei uma descida legal, desci e senti a velocidade, vento na cara e também que o eixo do skate com velocidade mexia e desalinhava dando a sensação de andar de lado, a La caranguejo. Medo.


Já vou tomando meu rumo para casa, quando vejo a Av. Brigadeiro Luis Antonio vazia, e não deu outra, skate de novo no chão, e passeio livremente pela pista.


Depois de uma tarde dessas, de quando enfrentamos nossos medos, o que vem depois é uma sensação de liberdade incrível.


A verdade que surfei pela primeira vez na cidade grande, e a sensação é muito boa, não acredito que seja a mesma sensação de surfar nas ondas, mas esse surfe de asfalto me fez bem, e me deu a liberdade que necessitava para tocar a semana, mas quem iria saber, que 2 dias depois acordaria mal e tivesse que ficar “de cama”, vai ver que foi muita emoção... (rsrsrs).

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Chega de preconceito!


O preconceito chega a seu extremo. A verdade é que tem muita gente não gosta da galera do Skate, pronto, esse é o fato, e procuram um monte de “meias verdades” para justificar o que é injustificável, o preconceito com essa galera.


Depois que entregaram a reforma das calçadas da Av. Paulista em São Paulo, a galera do skate logo viu que era uma pista em potencial, porém essa galera não anda toda a hora, eles andam principalmente de madrugada, onde as ruas e calçadas ficam menos movimentadas, tendo uma “segurança” a mais, porém, ficou proibido andar por lá.


O “gerente” da Av. Paulista, (fala sério, só aqui mesmo), proibiu a prática do skate ao longo da avenida, e pior, arrisca andar lá, se passar uma viatura, é uma complicação só, vai tomar “geral” dos policiais, que como já se sabe, nunca são muito cavalheiros quando se trata de uma garotada que usa roupas largas, brincos, percings, tatuagens, etc.


Porém se já é difícil praticar esse esporte, já que existem poucas pistas de skate construídas, e que a febre desse esporte é explorar o que a cidade pode oferecer, livremente, a câmara municipal aprovou ontem (04/08/2010) a proibição da prática do skate em calçadas da cidade.


Ainda esse projeto que foi iniciado pelo vereador (QUADRADO) Adolfo Quintas do PSDB, que acredita que a prática do Skate, põe em risco a integridade das pessoas, fala sério vereador!!! O que realmente coloca em risco a integridade das pessoas, são as péssimas calçadas de São Paulo, todas quebradas, sem nenhum padrão de tamanho ou forma. O skate é o de menos.


E outra, o filho da Atriz global, Cissa Guimarães, músico e praticante do Skate, morreu atropelado a poucas semanas atrás justamente por estar no lugar errado na hora errada, procurando um lugar seguro para andar de skate, na madrugada do Rio de Janeiro. E quando pensava que iam fazer algo pela galera, apareceram com essa PROIBIÇÃO! (Odeio essa palavra)


Acho engraçado, que depois de tantas e incessantes campanhas para a prática esportiva, parte do governo a proibição da prática esportiva. Segundo pesquisas, em São Paulo, hoje o Skate é o 2° esporte mais praticado, perdendo apenas do futebol. E agora me pergunto, onde essa rapaziada vai andar com seus carrinhos?


Espero que o prefeito Kassab tenha a decência de vetar esse projeto, mas não sei por que, algo me diz, que ele vai assinar embaixo, afinal, que tipo de infância esses caras devem ter tido, provavelmente nunca subiram num skate, ou então, subiam e caíram, ralaram o cotovelinho e nunca mais tentaram de novo. Só pode.


Fico imaginando a irá da galera do skate nesses momentos, não sou praticante, simplesmente por que não tenho a habilidade para tal, mas não desisti de ter o meu ainda e me juntar essa galera, afinal esses carrinhos tem tudo a ver com o esporte que mais amo, o surfe.


Vida longa ao Skate e aos esportes radicais que incomodam os políticos almofadinhas que nada entendem da cultura e da história que existe por trás dessas modalidades. E que essa proibição seja combatida com a rebeldia que é natural desse esporte, espero ouvir ainda pela cidade o barulho das rodinhas deslizando pelas ondas de asfalto paulista!

Confira a notícia na folha de S. Paulo:

www1.folha.uol.com.br/cotidiano/778146-camera-de-sao-paulo-quer-vetar-skates-sobre-as-calcadas.shtml

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Acabaram as férias...

Caros leitores, gostaria de me desculpar pela falta de atualizações, porém minhas férias acabaram e com elas o tempo que tinha para produzir vários textos por semana. Mas continuarei escrevendo pelo menos todas as semanas...
Abraços

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Bustin Down The Door


Rabbit, Mark e Shaun.

A idéia de mudança esta sempre presente em nossas mentes, mudar, construir algo novo, otimizar o já existente, melhorar, proporcionar uma vida melhor para as pessoas que estão próximas, ou simplesmente, mudar para viver um sonho.

Mudar traz problemas. Mudar traz desconforto. Mas mudar também pode trazer prazer e realização. Mudar pode trazer consigo sorrisos, gargalhadas, mas também, lágrimas de quem sofreu, por um sonho, por um ideal.

Essa história é de 3 rapazes que optaram por mudar e por viver intensamente seus sonhos. Este clã formado por 2 australianos e um sul-africano quebrou barreiras, incomodou muita gente e com certeza mudaram muita coisa, afinal eles criaram um esporte chamado Surfe.

Até então, o surfe estava perdido. Perdido por que não pertencia a nada, era uma tribo independente, mas que também não fornecia muito ao mundo, pensando quem no final dos anos 60, tínhamos comunidades como a dos hippies que lutavam pela liberdade, e defendiam seus “amigos” convocados para mais uma estúpida guerra norte-americana (Vietnã).

Os surfistas alienados eram um conjunto de diversas tribos, porém o que mais tinham, ou que forneciam era a liberdade associada com a natureza. Mas mudanças estariam por vir.

Dois australianos começaram a destacar-se em suas ondas nativas, um deles era Wayne Bartholomew, conhecido como Rabbit. O outro, era Mark Richards. Ambos possuíam uma nova forma de surfar as ondas, tinham em seus corações uma atitude nunca vista até então no coração de um surfista, eles simplesmente eram mais que simples surfistas, eles eram os melhores.

Ao descobrirem que era no Havaí que estavam as melhores ondas do mundo, logo, arrumaram uma forma de irem para lá. Uma forma por que não eram cheios de grana, muito pelo contrario, Rabbit tinha uma experiência de vida, muito comum de países de 3° mundo, porém, ele com uma família de várias irmãs e sem pai (separado), era o homem da família, e até roubar para alimentar-la ele fez. Errado, mas quem sou para julgar...

Entre idas e vindas, a primeira temporada no Havaí chegou. Mark e Rabbit logo se juntaram ao sul-africano, que talvez possuísse um dos estilos mais bonitos da época. Shaun Tomson.

Era 1974. A mudança começava.

Eles queriam apenas uma coisa, serem os melhores do mundo. Porém o surfe ainda não era um esporte profissional como o de hoje em dia, o surfe era surfe, sem propósito, sem responsabilidade, era apenas o que cada um fazia dele, era apenas surfar ondas, mas não para eles.

No Havaí, naquela época começaram os primeiros torneios, um deles era para homenagear Duke Kahanamoku, o pai do surfe havaiano. E o outro torneio era o Smirnoff Pro.

Os três destemidos garotos quebravam as ondas, a realidade é que mesmo os melhores surfistas havaianos não chegavam aos pés dos 3, era incrível a velocidade, a radicalidade, e a atitude daqueles moleques gringos, porém, nada disso era relevante, já que, para competir nesses torneios, necessitavam ser convidados.

Eram apenas 24 convites, e todos para surfistas havaianos.

1975. A mudança chegava.

Um convite para o grupo foi dado. Mark Richards era o escolhido, porém, o preço a pagar era de 50 dólares, dos quais, Mark não possuía nem um. Nesse momento, Rabbit, diz “eu tenho”, mas não para ele. Rabbit coloca Mark na água. E este vence quase todo mundo. Logo de cara.

1976. Mudou.

Nesse ano, todos os meninos estrangeiros entram nas competições havaianas, e entre eles, vencem tudo. Mark vence o Smirnoff Pro, Rabbit o campeonato em homenagem a Duke, e Shaun Tomson, vence o Pipeline Masters (que existe até hoje).

Acabou, os gringos dominaram o Havaí. Chegaram e mesmo sem serem chamados Derrubaram a porta da frente. Ficaram famosos, não tinham um titulo mundial, até por que isso ainda não existia, porém ganharam o que tinham para ganhar. Fama, reconhecimento e entrevistas polêmicas começaram a acabar com o conforto deles em terras estrangeiras.

Rabbit e Shaun, fizeram muito sucesso e falaram muito, na qual refletiu mal entre os locais havaianos, até o ponto de que eles estavam banidos das praias, não podiam surfar mais lá.

Bom, até que era “correto” a postura havaiana, afinal, era um país que foi tomado pelos americanos, seus costumes estavam desaparecendo, as poucas coisas que sobravam eram as ondas, das quais esses caras também estavam dominando, e ainda, falaram para quem quisesse ouvir que eles eram os melhores, eram os “números 1”.

Porrada! Ponto. Essa foi a solução. Ameaças de morte, perseguições, colocaram tanto medo, que ambos tiveram que se esconder na ilha. Não podiam fazer nada, sair é perigoso demais.

Mudar é perigoso, mas naquele momento, era enfrentar a situação ou então um sonho morreria.




Mark Richards

Eddie Aikau surge.

Esse nome tem muita história dentro do surfe. E que não sabia era desta história que conto agora:

Eddie encontra Rabbit que a dias dormia dentro de um bosque perto da praia, sem banho, sem comida, sem nada. Eddie o leva até um hotel prometendo-lhe resolver todo esse enorme problema.

3 dias depois, Rabbit desce do quarto do hotel com Eddie até uma sala de reuniões, lá ele encontra seus dois amigos, Shaun e Mark e mais umas cento e poucas pessoas, loucas para lhe arrancar o couro com uma colher. Era a morte certa.

Eddie consegue colocar todo aquele nervosismo em uma discussão racional, da onde chegasse ao ponto que todos os estrangeiros percebem seus erros, percebem que deviam mais respeito, que deviam entrar em sintonia com tudo aquilo. Mudar sim, mas respeitando a cultura de um país que eles não compreendiam.

A verdade é que Rabbit e seus amigos morrem aquele dia. Não fisicamente, mas aquela repressão de alguma forma, mata um pouco de seu espírito, de sua atitude nas ondas. Mas pelo menos, o ar ainda entra em seus pulmões até hoje.

No final dos anos 70.

Finalmente o sonho dos 3 acontece. Surge um circuito mundial. Em seu primeiro (1976) ano Peter Tomnend outro australiano vence por conseguir uma regularidade incrível, porém o segundo ano (1977) é vencido por Shaun, confirmando seu sonho.

Ano seguinte (1978) a vitória de Shaun, é a vez de Rabbit vencer, comprovando que tinha realmente nascido para ser o melhor do mundo. E depois, já com uma nova revolução de pranchas, Mark Richards com sua bi-quilha inicia um longo domínio, vencendo 4 vezes consecutivas o circuito mundial.

Não há volta.

Depois de Rabbit, Mark e Shaun, o surfe nunca mais foi o mesmo. Eles derrubaram a porta da frente e enfiaram goela abaixo seus sonhos, o sonho era fazer o surfe ser esporte e que seus amantes e seguidores pudessem viver disso. Naquela época a idéia de viver do surfe era pagar as contas e ganhar pranchas novas de seus patrocínios, acho que naquela época eles nunca imaginavam que o surfe chegaria a cifras milionárias de hoje.




Shaun Tomson

Mudar.

Sempre temos vontade de mudar alguma coisa em nossas vidas, porém quase sempre arrumamos argumentos, muitas vezes extremamente convincentes para não fazer aquilo que realmente queremos. Mas acho que as vezes devemos derrubar a porta mesmo antes de sermos convidados, e simplesmente entrar em uma vida nova, mudar.

Mark, Rabbit e Shaun, colocaram suas vidas em risco por um sonho, por um sonho deles, algo que eles acreditavam, como mudar a cara do surfe e transformar-lo em um esporte. Mas quantas pessoas já lutaram e até mesmo deram a vida por uma mudança? Acredito que muita gente já o fez.

Não acredito que todos são dignos de proporcionar mudanças a humanidade, ou então, mudar completamente a forma de pensar sobre alguma coisa, mas você pode mudar, qualquer um pode mudar alguma coisa.

Assim, o que quero deixar depois deste longo texto é que mudar é possível, porém saiba que se você enfrentar todo o desconforto, os perigos, a dor, e o peso de mudar, com certeza o resultado final serão lágrimas, lágrimas por que naquele momento mais difícil em vez de fugir você levantou, estufou o peito, e disse: Eu vou mudar, eu acredito.


Wayne Bartholomew

“Seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo”. Gabriel “O Pensador”.

Texto inspirado no filme “Bustin Down The Door” de Jeremy Gosch, inspirado em Wayne “Rabbit” Bartholomew e produzido por Shaun Tomson, de 2008.





domingo, 18 de julho de 2010

Bafana-Bafana Surf


Não me lembro de um campeonato de surfe, principalmente etapa do World Tour, ter sido realizada de forma direta sem nenhuma interrupção, como aconteceu agora na África do Sul. Terra de altas ondas em grandes surfistas do passado e do presente.


A verdade é que Jeffreys Bay já foi palco dos maiores confrontos da história do surfe mundial, primeiro, (que tenho conhecimento, por favor, conhecedores mais antigos, me ajudem aqui), os confrontos entre Occy e Curren, que marcaram gerações, o rei do estilo contra o touro indomável, tanto que houve em alguns campeonatos baterias especiais entre eles, sendo que Curren ganhou todas até o momento.


Mas hoje, após de dias de ondas clássicas, um local levantou o caneco, pois é! Uma das maiores promessas do surfe mundial ainda não havia tido a oportunidade, ou melhor, não havia ainda confirmado toda a expectativa criada sobre ele.


A verdade que muitas vezes na hora que o bicho pegava ele sumia, perdia baterias que não perderia se simplesmente tivesse mais calma, mas tudo bem, podemos despejar essas inseguranças em sua idade baixa, 22 anos.


O Sul Africano trouxe muita alegria aos fanáticos torcedores de sua terra, depois de surfistas como Martin Potter e Shaun Tomson, Jordy Smith junta-se a nata do surfe de seu país e do mundo.


Jordy surfou o campeonato como sempre surfa, com porradas insanas, velocidade e curvas fortes. Mas vou falar uma coisa, realmente não sou fã do surfe do grandalhão, pois é, muitos podem descordar, mas sou fã incondicionável do surfe com classe e estilo.


Tá tudo bem, o cara não é descoordenado, ou então um asno surfando, sim ele tem muito estilo, é calmo, mas não sei, talvez estilo não seja o verdadeiro motivo pelo qual vejo o surfe dele e penso: - É surfa bem né, mas....


Gosto muito mais do surfe do Dane Reymond, por exemplo, acho muito mais bonito de se ver, a radicalidade dos dois, é igual, mas tem algo diferente, uma postura talvez, ou então, uma postura corporal diferente, não sei bem, talvez seja simplesmente por que Jordy é alto pra caramba e parece um minhocão surfando.


Mas não podia ser mais justo nesse campeonato a vitória desse garotão, afinal, como o Jadson aqui, nada mais gostoso para aqueles que vão a praia ver o campeonato que um ídolo local levante o caneco!


Agora, uma coisa esta me deixando meio confuso, antes, era fácil perceber uma onda melhor que outra, o julgamento das baterias nunca foi uma certeza exata, mas, ultimamente anda bem estranho, sei lá, algumas ondas durante o campeonato foram ultra-julgadas e outras sub-julgadas, sei lá, não entendo muito de julgamento, e tenho como se pode ver nesse texto mesmo, preferências quanto a estilo e surfe, mas tem certas coisas que não mudam, e nesse campeonato, senti que alguns surfistas ficaram fora sem merecerem tal destino. Mas quem sou eu...


Parabéns a Africa do Sul, que depois de uma Copa eletrizante ofereceu um campeonato de igual magnitude, e dessa vez se pode dizer que os Bafana-Bafana venceram!