Os tempos têm andado exigentes comigo, muito trabalho, pouco tempo livre e nada de ondas. A abstinência da água salgada já perdura por 2 semanas, e as previsões nada animadoras deixam ainda mais o coração apertado e a pele ressecada.
Essa abstinência pode ser mais um motivo pelo qual hoje acordei destruído, com febre, muita dor no corpo e uma sinusite devastadora causada ela estiagem que castiga a cidade de São Paulo, que marca menos de 20% de umidade relativa no ar. Tenso.
Mas nem tudo é desespero. Nesses últimos finais de semana tenho trabalhado na Oca, no parque Ibirapuera, representando uma das escolas que trabalho em um estande muito legal (vale a pena conhecer e visitar também a exposição Corpos em Movimento que é sensacional). Mas olhava para o parque e pensava, queria estar livre para aproveitar um pouco isso tudo.
Nesse último domingo, tomei coragem e resolvi arriscar. Acordei cedo para trabalhar e ao tomar meu café da manhã penso comigo mesmo, e se levasse um skate para o parque, será que conseguiria aprender algo? Ou será que me mataria?
Não sei bem o que me deu, mas quando descia a rua de casa para ir ao ponto, o skate estava na mão. Ainda bem que meu amigo que esqueceu a tempos em casa, por que ainda não possuo um. Mas quem sabe.
Quando chego ao Parque, estava na hora da verdade, coloco o skate meio tímido no chão e subo nele ainda meio sem jeito, coração a mil, adrenalina total e medo de me arrebentar. Aos poucos tudo isso vai passando e dando lugar a uma sensação gostosa de prazer. Logo encontro uns declives no Parque, dos quais me imaginei surfando, tentando fazer cavadas no asfalto.
Chega, hora de trabalhar, me dirijo a Oca e 6 horas e meia depois... Saio da Oca e resolvo andar mais um pouco, já estou sem medo, apenas receoso, para não cair e me machucar, afinal, estava sem nenhum tipo de proteção.
Achei uma descida legal, desci e senti a velocidade, vento na cara e também que o eixo do skate com velocidade mexia e desalinhava dando a sensação de andar de lado, a La caranguejo. Medo.
Já vou tomando meu rumo para casa, quando vejo a Av. Brigadeiro Luis Antonio vazia, e não deu outra, skate de novo no chão, e passeio livremente pela pista.
Depois de uma tarde dessas, de quando enfrentamos nossos medos, o que vem depois é uma sensação de liberdade incrível.
A verdade que surfei pela primeira vez na cidade grande, e a sensação é muito boa, não acredito que seja a mesma sensação de surfar nas ondas, mas esse surfe de asfalto me fez bem, e me deu a liberdade que necessitava para tocar a semana, mas quem iria saber, que 2 dias depois acordaria mal e tivesse que ficar “de cama”, vai ver que foi muita emoção... (rsrsrs).
que tal providenciar umas joelheiras e as luvas certas? já vi que esse surfe do asfalto vai pegar... rsrsrsrrs
ResponderExcluirbeijos