"Surfar é uma arte e há muitas linhas diferentes para desenhar em uma onda" Kelly Slater







segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Um Sonho!?

Acordo cedo, abro a janela e vejo o sol surgindo de trás da montanha, levanta-se devagar, sem pressa, afinal, o mundo continua a seus pés. De pouco em pouco os raios dourados começam a invadir meu quarto e logo iluminam minha parceira, que esta reluzente, pronta para encontrar-se com seu maior amor.

Inspiro-me no sol, levanto sem pressa, passo pela cozinha, pego uma caneca com chocolate quente, ainda com o cobertor envolvendo meu corpo adormecido. Entre um gole e outro vejo o vapor denso que sai de minha boca misturando-se com a brisa gelada da manhã. O sol está ainda saindo, e através das curvas das montanhas vejo, lá trás, elas, as ondas.

Vejo que ainda paira uma névoa dourada sob o mar, porém as ondas já estão quebrando forte, e sem nenhum vento. As ondas caprichosamente quebram sobre as rochas, que nessa manhã não possuem aquele ar amedrontador de todos os dias, hoje, elas apenas servem como rampas para as ondas subirem e formarem paredes simplesmente perfeitas e tubulares.

Estas águas possuem uma cor azul límpida, quase transparente, mas nessa manhã, quebram douradas, como a estrada mágica de mago.

Acabo meu último gole, coloco minha roupa de borracha, pego minha prancha e desço pelas escadas de madeira, um ruído típico de um degrau solto ecoa, olho para trás e ninguém se incomoda.

Descalço, sigo meu caminho pela grama alta e molhada. O sereno ainda esta presente em todas as folhas, dando um ar ainda mais belo a paisagem. Os campos ou vez de verde escuro possuem um tom esbranquiçado nesta manhã.

Aos poucos a vegetação começa dar espaço aquela areia densa, de textura rugosa e fria, desvio de pedras e piso em conchas quebradas, nada me incomoda, sento na areia por alguns instantes, para apenas apreciar as ondas quebrando sozinhas, levanto-me e vou a direção das pedras, para poder pular lá de cima já atrás das ondas.

O sol esta um pouco mais alto, não faço idéia de que horas são, simplesmente não importa, estou sentado sob meu tapete mágico, apenas admirando, esperando a minha série desembarcar. Logo surgem os rabiscos divinos no horizonte, sei que elas vêm em minha direção, o coração começa a palpitar.

Deito sobre a prancha, e dou algumas poucas remadas, porém, fortes. Logo sinto as gotículas de água salgada batendo sobre meu rosto, estão frias e me fazem sentir vivo. Em um movimento esperto estou de pé deslizando naquela parede agora escura, pela sombra dela mesma. Uma mão desliza rompendo aquela parede, que foi solida.

Acelero. Vejo a frente uma sessão, é lá – penso – e projeto toda a minha força e destreza, acertando uma forte manobra sob o lip que vinha a quebrar, em seguida, uma curva forte, e outra forte manobra. A onda parece gostar, meu coração também.

Saio da onda, e volto novamente ao fundo, a água esta azul, as sombras sumiram.

Outros e mais outros rabiscos se formam consecutivamente, apenas para mim, e assim, por toda a manha surfo. Estou, sou, livre.

Saio do mar, e sigo colina acima, a grama já perdeu a sua coloração branca, já exibe seu forte verde escuro e também não esta mais fria e molhada, esta seca e morna. Chego a velha escada de madeira, encosto minha prancha sob a velha sacada, tiro minha roupa de borracha.

Enrolado com uma toalha sobre meu corpo cansado, saboreio um café quente – na sacada que leva a velha escada de madeira – que parece saber o quanto é gostoso e o quanto trás de calor ao corpo, um calor físico, por que o calor da alma, este ferve.

Fecho as cortinas, mas ainda há uma tênue luz pairando em meu quarto, deito-me e sinto cada parte de meu corpo relaxar, logo durmo.

Acordo de repente, meio assustado, em minha cama, em um domingo qualquer e percebo que chove forte e que o mar não esta perto.

Logo realizo que foi apenas um sonho e me aconchego novamente meio decepcionado, porém logo um pensamento me toma a consciência, este, me tranqüiliza, mas ao mesmo tempo me impede de dormir rapidamente.

O pensamento era de que pelo menos, nesta noite, minha alma surfou como talvez meu corpo nunca surfe. Prontamente tentei induzir minha mente a aquela sensação de paz que sentia no meu sonho, e durmo novamente, com um sorriso no rosto, meio amassado pelo travesseiro da realidade.

Um comentário:

  1. Isso tudo foi neste domingo???
    Por isso que vc estava me amassando... agora entendi... hehehehhee
    Beijos
    Te amo, Mary

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