"Surfar é uma arte e há muitas linhas diferentes para desenhar em uma onda" Kelly Slater







quarta-feira, 9 de março de 2011

Snapper Rock’s – 1° Etapa do WT – Um olhar apaixonado.



Há de se dizer a verdade – sempre – o cara é imbatível mesmo quando não exibe a sua característica vontade de vencer.

Nesses últimos dias, mais precisamente desde o dia 26 de fevereiro até a madrugada de hoje, aconteceu na Austrália à etapa de abertura do World Tour 2011. Primeira parada na praia dourada de Snapper Rock’s.

Foi um campeonato estranho, devo confessar, já que grandes nomes não mostraram para que foram, caindo inesperadamente logo nos primeiros rounds, caso do local Mick Fanning que caiu no 3° fase do evento, colocando-se em um lugar de risco, já que o ranking desse ano tem muitas mudanças, uma posição como essa deve ser logo substituída.

Ainda tratando da estranheza causada pela falta dos grandes nomes do surfe, os classificados no 4° round, que dava passagem direta as quartas, eram todos garotos, incluindo o Grande Alejo, que falo logo mais. Vamos destrinchar o campeonato:

Subjetividade:

Snapper’s 2011, será marcada pela subjetividade.

Mesmo que o coração queria dizer que houve influência direta do julgamento dos juízes que acabaram beneficiando alguns, sortudos, devo tentar me apegar aos fatos, mais que o calor da torcida.

Ontem fiquei revoltado com 2 baterias, e com a sobrancelha em pé em outras.

A bateria que me levantou a sobrancelha foi entre Jordy Smith e Joel Parkinson, onde o sul-africano (Jordy) venceu na última onda, no último segundo, o “filho” da Gold Coast (local onde fica Snapper), com uma nota exata, suprindo a sua necessidade. Estranho, no mínimo.

Depois Taj venceu Mineiro.

O Adriano de Souza perdeu após surrar Taj por 28 minutos, perdeu por 0.12 décimos de pontos. O cenário foi parecido ao descrito antes, porém mineiro era detentor de duas notas 9 e pouco e, Taj precisava de uma nota do mesmo patamar. Em sua última onda, ele defere 4 incríveis batidas no lip da onda, porém todas iguais, contrariando um dos critérios mais exigidos hoje pelos juízes, variação de repertório, resultado, conseguiu sua nota também, quase exata. Mineiro encerra a melhor bateria do campeonato e amarga uma 9° colocação.

A que me deixou mais indignado, porém a que menos me causou algum tipo de amargura foi na bateria do estreante Alejo Muniz. Esse garoto do qual aposto todas minhas fichas, surfou muito, mas esbarrou também na subjetividade dos juízes, dessa vez o sortudo foi Jordy, do mesmo jeito que todas as baterias anteriores descritas.

Azar? Condução de resultados? Sentimentos envolvidos? Subjetividade é a resposta.

Alejo:

Alejo é um garoto nascido na argentina e naturalizado brasileiro. Surfa com tanta classe, tanto estilo, com tanta força que deixa esse humilde amante do surfe competitivo sem fôlego. Esse menino de 20 anos, me fez conectar todos os dias para assistir-lo, e quer saber, valeu muito apena as madrugadas viradas para ver-lo.

Estreou como um anônimo e já logo de cara mostra para todo mundo o que muitos já sabiam, veio para ficar e principalmente incomodar. Mesmo que não vá tão bem nas próximas etapas, Alejo terá tempo para construir uma carreira brilhante, e não duvidaria nada se o primeiro título brasileiro viesse dele.

Irônico ver um meio argentino, meio brasileiro vencendo pelo Brasil. No mínimo irônico, mas familiar...

Taj:

Taj é um eterno azarado. Essa também é a verdade. O Australiano mais que merece um título mundial, mas me arrisco em dizer que, enquanto Kelly esteja no circuito isso não vai acontecer, e se Taj não possuir a mesma longevidade do careca, provavelmente vai encerrar sua carreira sem a tão sonhada taça.

Foi disparado o melhor surfista do campeonato, único a parar-lo? O “insignificante” 10 vezes campeão do mundo.

Slater, até quando?

“Eu me diverti muito. Foi até fácil”, Kelly em entrevista.

Kelly Slater, 10 títulos do mundo. 46° campeonatos conquistados. Mais de 68% de aproveitamento em baterias. O que falar mais? Há ele esta com 39 anos e venceu o campeonato ontem.

Slater não surfou como de costume, parecia um cara normal, aproveitando as férias de verão. Entrava na água para surfar altas ondas sem se preocupar se arrastava consigo milhares de pessoas na praia, ou a íra de outros competidores que não agüentam mais ver a sua careca reluzente.

Assisti boa parte de suas baterias e a única bateria que vi um mínimo esforço, um traço longínquo de seu foco competidor foi contra Ace Buchan, onde destroçou uma onda com impressionantes porradas na crista da onda.

Na final tinha certeza que Taj iria vencer-lo, mas isso se deve a terrível intromissão da comissão organizadora que decidiu – na minha humilde opinião – adiar por algumas horas a fase final, terrível erro, que custou muito na qualidade de ondas.

Bom para o careca, que soube encontrar duas ondas medianas, e venceu Taj mais uma vez. Agora são 17 vitórias contra 7 do australiano.

Concluindo...

Snapper’s mais uma vez possibilitou um show de surfe, um show de emoções, fica a ressalva ao acerto do novo formato do campeonato, que trouxe mais confrontos incríveis.

Agora é esperar cerca de um mês para ver toda essa galera de novo em ação, em Bell’s Beach que nesse ano comemora seu 50° aniversário... Imperdível, até lá!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Saudades...



Haviam tantas coisas ainda a serem ditas;

Haviam tantos ensinamentos ainda a serem aprendidos;

Tantos abraços a serem dados;

Tantos eu te amo a serem ditos.


Atravessaste agora sua última aventura;

Ao lado de um barqueiro gentil;

Seu pagamento foi em amor;

Todo o amor que viveu.


A terra ficou distante;

Vives agora junto de outros que a mesma viagem fizeram;

Aos seus braços agora encontrais uma nova morada;

Com uma janela mostrando o infinito.


Para mim sobra a saudade;

A saudade de um "Chanta Pufi";

A saudade de uma barba que "pincha";

A saudade de um perfume.


Sentirei sua falta sempre;

A vida segue, infelizmente ou felizmente;

Triste e alegria se misturam ao salgado de cada lágrima;

De uma história interminável.


Um Don se foi;

Ou se encontrou finalmente;

Um último suspiro;

Um último sorriso.


Até logo.