"Surfar é uma arte e há muitas linhas diferentes para desenhar em uma onda" Kelly Slater







segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Chefe. A conta e a Saidera!

Foto tirada pelo meu Pai, que não surfa fisicamente mas que esta comigo em todas as ondas da vida.


Sábado de sol e praia é uma combinação incompleta, tem que ter onda!

Nos últimos tempos a escassez de ondas fez com que várias manhãs de sábado estivessem incompletas e quando isso acontece não tem muita coisa que pode ajudar. Afinal, nada com um surfe logo cedo para começar o dia.

A 10 dias cai finalmente num mar gostoso, com uma nova moça, no qual contei aqui (texto anterior), porém o surfe andava meio solitário. Faltavam os amigos, parceiros do surfe e vida, faltava dividir!

Gosto muito de ensinar aos meus alunos o valor da divisão. Talvez um dos símbolos mais interessantes da matemática para mim. Acalme-se, dividir não é igual a perder ou diminuir, é somar. Opa, não fique confuso.

Dividir um brinquedo com um amigo é ganhar um amigo. Soma.

Dividir um abraço é ganhar calor, amor. Soma.

Dividir um beijo é ganhar paixão. Soma.

Dividir as ondas é ganhar um irmão. Soma.

Dividir as ondas é algo que não acontece de forma provocada, não é sempre que é possível reunir pessoas queridas no mesmo dia, sempre falta alguém. Mas nesse caso ainda não é perder, é somar esperança que um dia todos os amigos surfaram juntos.

Dividir as ondas é algo que não acontece de forma provocada. Simplesmente acontece.

Pude dividir ondas com 2 grandes amigos nesse último sábado, em altas ondas que rolaram na minha querida “Riva”, ondas verde-água, que mais pareciam desenhos feitos por um talentoso artista em seus momentos de devaneios. Pura Imperfeição! Pura Perfeição! Puro Surfe!

3 companheiros que possuem um sangue azulado, salgado, finalmente estavam caindo juntos depois de muito tempo. Hoje, no ônibus (vide forno de rodas) enquanto ensaiava estas palavras, das quais não se parecem muitos com as escritas na mente, fiz um grande esforço mental para lembrar a última expedição ao litoral juntos, resultado, não lembrei.

Isso acabou ainda tornando mais especial. Acho que a muito tempo não sentia uma leveza tão grande em surfar. Acho que nas últimas “quedas” no mar, estava procurando muito surfar, havia uma necessidade, uma exigência por minha parte em pegar boas ondas, realizar manobras, tentar acertar-las, mas sábado foi diferente.

Finalmente entendi o que tanto os surfistas profissionais dizem: “quando me divirto os resultados aparecem”. Foi o que realmente aconteceu. Queria me divertir e com isso veio um surfe apurado, como fazia tempo que não executava, mas acho que isso não vem ao caso, não gosto de falar de mim, até por que, assim que as letras pipocam na página branca vem a imagem de um pescador, do qual ninguém acredita, ou seja, é melhor cortar a linha, guardar a vara de pescar e deixar o lindo “peixe” contar a história para quem não pode ouvir (ou ler).

Em quanto isso, porções e mais porções de ondas eram servidas em uma bandeja de prata diretamente entregue pelos garçons dos mares, funcionários de Netuno e nossos melhores amigos.

“-Trás mais uma!”, gritava um de vez enquanto: -““ Chefe?”Esqueceu de nós? Oh campeão não faz isso”... E logo elas chegavam e a alegria tomava conta do rosto e os músculos ardiam.

Mas nem tudo é maravilha, logo o vento chegou e atrapalhou tudo. Em uma analogia é algo como um garçom em um bar chegasse e te falasse. “amigo, acabou a cerveja gelada, serve fria?”

Chegada a hora de sair e sentar um pouco na areia, embaixo de um guarda-sol e preparar-se para ir embora. Opa, ainda não, depois de um tempo, percebi que não pedimos a saidera, e assim não da para encerrar a conta!

Voltamos para um mar já bagunçado pelo vento, porém elas continuavam lá, mais estavam disfarçadas, difíceis de ver e perceber as especiais.

O cansaço era um empecilho, assim que em um dado momento era hora: “- Chefe trás a conta e a saidera!”

Nunca fui bom no quesito de encerrar a conta, porém sábado era um dia especial, e a saidera foi uma das melhores do dia e de muitos outros dias. Valeu Chefe!

Sábado de sol e praia é uma combinação incompleta, tem que ter onda, para dividir e somar!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

De Volta.

A muito que não escrevo, acho que devo até ter perdido a “mão” da escrita. Mas existe um grande culpado nisso tudo, algo que intitulamos de férias!

Durante o ano não existe nada que eu almeje tanto, deseje tanto, queria tanto quanto um bocado de descanso justo, a tal das férias. Porém quando elas chegam, meu amigo, fico totalmente perdido no mundo, é tanta liberdade que acabo ficando preso dentro de mim. Irônico não?

Nas semanas que antecedem a chegada da maldita (férias), começo a traçar planos, nada muito programado, porém os desejos de fazer coisas que não consegui durante o ano, pipocam dentro da minha mente, e sabe o que acontece, nada disso da certo, seja por isso ou por aquilo, o que é seguro dizer é descansei muito, e sinto renovado para outro ano, ainda mais, depois desse último final de semana.

Uma coisa que não sabia, era que minhas férias estavam sincronizadas com as férias de Netuno ou Poseidon, sei lá qual é a mitologia que você prefere, mas o dono do tridente não quis saber de mandar ondas para os que curtiam as férias.

Por outro lado São Pedro estava generoso, tão generoso que rachou o solo de tanto sol e ainda castigou o país com chuvas insanas, mas tudo acaba chegando a um equilíbrio, graças ao chefão dos céus, ou do Olímpio, vai saber...

Esse final de semana que acabou ontem foi a prova que uma hora tudo se acerta, entrando em harmonia. E para minha doce alegria as ondas fizeram parte desse equilíbrio. Nada assim magistral, porém elas apareceram e ai meu amigo, foi hora de descansar a mente deslizando pelas ondas esverdeadas de nosso litoral norte de Sampa.

Além das ondas havia um ingrediente novo, uma descoberta a dois. Ela nunca tinha visto água na vida, e este que aqui escreve nunca havia conduzido uma “dama” ao seu primeiro banho salgado no paraíso.

Acho que depois de dois dias posso dizer que a simbiose que rolou é praticamente inquebrável. Já tive ótimas parceiras das ondas, mas acho que essa é aquela tal que dizem: Mágica!

Foram dois finais de tarde em praias diferentes, com por do sol incríveis, água quente e ondas que chegavam a meio metro de tamanho, com algumas séries um pouco maiores. Ela me entregou seu cartão de visitas logo no primeiro dia: Incrível.

Na segunda “queda” no mar, pude sentir o real potencial da moça e quanto prazer ela podia me proporcionar. O que provavelmente renderá outros textos.

Um final de semana que foi para quebrar o marasmo desse verão insano, de muito calor, chuvas perigosas, catástrofes espalhadas e do tédio que teimava em aparecer o tempo todo.

Como é bom viajar, curtir os amigos, ir a festas estranhas com pessoas esquisitas e surfar boas ondas.

Vamos lá, agora é hora de arregaças as mangas e trabalhar para poder curtir ainda mais a vida!