"Surfar é uma arte e há muitas linhas diferentes para desenhar em uma onda" Kelly Slater







terça-feira, 13 de julho de 2010

Rock and Roll


Dia 13 de Julho é o dia internacional do Rock and Roll, e pela primeira vez vou escrever (ou tentar) o quanto a música, ou melhor, o rock é importante na minha vida...


Cresci ouvindo os cassetes do meu pai, ele tinha algumas preciosidades como o Dark Side Off de Moon, do Pink Floyd, e assim começa a minha caminhada pelo rock, simplesmente com a melhor ou talvez uma das melhores bandas da história.


Além de Pink Floyd cresci ouvindo Yes, Genesis, The Beatles, Rolling Stones e The Doors. Esta última banda foi uma das que mais mudou a minha vida, foi a minha primeira banda, foi a primeira da qual me apaixonei perdidamente por seus ritmos, batidas e letras.


Morrison por muito tempo foi meu ídolo, simplesmente quando moleque queria ser roqueiro, usar uma jaqueta de couro e cantar, mas logo percebi que isso não seria muito possível, afinal, minha voz grossa e desafinada nada tinha de tenor, ou cantor, o sonho era apenas sonhar.


Lembro de assistir ainda pré-adolescente o filme do The Doors (o qual adquiri recentemente) atuado de forma magistral pelo Val Kilmer, e logo percebi que o Rock seria a única coisa que ouviria na vida, seria o que iria me impulsionar a vida toda.


Mas mal sabia o que tinha para descobrir, ainda estava com o acervo de bandas herdadas, mas as descobertas ainda haveriam de acontecer. Foi quando o KISS surgiu em minha vida, nossa, me lembro até hoje, os caras pintados, interpretando no palco, sonhava em assistir um dia um show dos caras, era mágico.


Paul, Gene, Peter e Ace eram os caras, o KISS, tocou tanto no meu rádio e computador que dava para passar meses a fio sem escutar outra coisa. Lembro-me da vez que vieram para o Brasil, tocaram no autódromo, e eu era novo ainda, devia ter uns 15 anos, e precisava de alguém para me levar, mas nada, fiquei no sofá da minha casa, ouvindo o ALIVE III em alto e bom som, pensando como seria estar lá.


KISS foi a banda que abriu o universo do rock para mim, foi o meu catalisador para um mundo de viagens alucinantes, foi quando e descobri para valer os anos 70, e percebi que tinha nascido na época errada.


Alucinante, confrontador, idealista, não conformista, era tudo, era a mística do som, da liberdade, da amizade, do amor, era porrada mas eram flores também, era Led Zeppling, era Janis, era The Who, era Stones. Era a melhor época do rock and roll. Nossa quantas bandas nasceram naquele período. E eu estava conhecendo cada uma, até que conheci um cara, um canhoto maluco.


Esse canhoto insano, me lembro a primeira vez que o vi e ouvi, ele estava sob seus joelhos, com uma guitarra branca/creme, de ponta cabeça tocando o hino americano de uma forma estranha, achei até por um momento que se tratava de um desrespeito, mas meu pai me situou, me falou que aquele evento se chamara Woodstock e o cara que via se chama Hendrix.


Hendrix. Era como um mantra, de repente descobria os solos inacabáveis de guitarras, e assim entrei no delírio que é o rock, na perdição de suas notas, de seus acordes, de sua musicalidade, de repente vi que podia transcender ao normal, podia viajar, podia ter minhas trips mais insólitas, simplesmente apagando as luzes e deixando o som alto, apenas com uma vela acessa e um incenso queimando, descobri que podia viajar!


Hendrix me trouxe Steve Vai, Neil Young, e muitos outros, ampliou, amplificou, trouxe-me o barulho do rock, e junto vieram as bandas mais pesadas.


Eis que surge um cara que nunca vou esquecer, um malucão, um tal de Ozzy Osbourne e seu Black Sabbath, nossa, Iron Man, Paranoid, Sabbath bloody Sabbath, nossa, era paulada atrás de paulada. Era demais.


Ainda havia muito a descobrir, bandas como Van Halen, Deep Purple, AC/DC, quanta coisa, cada música, e ainda faltava muito.


Lembro-me que depois de descobrir tudo que os anos 70 criaram comecei a descobrir coisa mais atuais, e bandas que hoje vejo que se tornaram antigas, bandas que já possuem mais de 15 anos de estrada. Mas a maior delas, foi o Pearl Jam.


Lembro-me de quando comprei o CD Ten, o primeiro cd da banda de Seathe, deus, que som era aquele, era moderno, era forte, mas remetia aos tempos gloriosos do passado, era respeitoso com sua origem, mas era um cala a boca a tudo, era a nova força do Rock, o Grunge.


Pearl Jam e Nirvana tocaram muito no meu Walkman (pois é, esse negócio de mp3 é novo demais), nas tardes que ia para a Raia remar ainda de bike.


De repente, tinha um universo enorme em minha frente, mas faltava algo, faltava, por que não falta mais, faltava ir nos estádios ouvir-los ao vivo.


Meu primeiro show, comecei muito bem, lembro-me até hoje, foi surreal, era meu aniversário, e embalado com o clássico do Lynard Skynard, Simple Man, meus amigos do colégio junto de um professor querido, roqueiro insano, me presentearam com o ingresso que mudaria o jeito de ver o rock, era uma entrada para ver Eric Clapton no Pacaembu.


Foi a porteira se abrindo, depois disso, fui ver Deep Purple, Live, Iron Maiden, Aerosmith, Ozzy, KISS, AC/DC, Korn, Guns, Titãs, Ultraje, Raimundos, entre tantas outras bandas nacionais e internacionais.


A última coisa que o rock me proporcionou foi a possibilidade de realizar um sonho de moleque, lembram-se que no começo desse texto dizia que sonhava em ser como o Morrison, bom, isso foi impossível, mas por 2 vezes pude fazer rock, pude tocar para amigos, com uma banda que muito podia, mas pouco fez, e quem foi foi, quem não, perdeu uma banda de 4 caras apaixonados pela música, e pelos riff’s de guitarras, solos de baterias, e contra-baixos.


A verdade que todos os anos, o dia 13 é um dia esperado, um dia que coloco o som alto o dia todo, com o velho e bom rock and roll.


Pena que nasci na época errada, pena por que mal consigo me imaginar como seria minha vida se tivesse nascido nos anos 50, e estar com a mesma idade de hoje nos anos 70 podendo ver todas essas bandas, podendo fazer parte da história mais bonita da música.


Bom, acho que escrevi um pouco, agora começou a tocar no meu computador, Black Sabbath com Heaven in Hell, com o recente falecido Dio. Vocês me dão licença, mas vou curtir um pouco esse som, nesse dia especial...


FOR THOSE ABOUT TO ROCK, WE SOLUTE YOU! FELIZ DIA DO ROCK!!! E NUNCA SE ESQUEÇAM, O ROCK ACIMA DE TUDO É QUEBRAR REGRAS, É NÃO SE CONFORMAR, É LUTAR E TER ESPERANÇA POR UM MUNDO MELHOR, NÃO DEIXEM O ROCK MORRER, LUTEM, GRITEM E CANTEM AS MÚSICAS DE SUAS BANDAS PREDILETAS, HOJE, AMANHA E SEMPRE! VIDA LONGA AO ROCK AND ROLL!

Um comentário:

  1. rock and roll? em tantas noites vazias e tristes, rodando de carro sem rumo, uma garrafa de cerveja na mão e o som no talo, o rock ajudou a me manter vivo e com esperanças de um dia voltar a ser feliz como os trechos mais belos das grandes canções. valeu, maluco, belo texto, emocional como um canto do eddie vedder, e se prepara que eles vão tocar no morumba! abraço, e long live to rock and roll!

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