"Surfar é uma arte e há muitas linhas diferentes para desenhar em uma onda" Kelly Slater







sábado, 26 de setembro de 2009

Abstinência.



É incrível com as vezes levamos um vazio dentro de nós, que não temos a menor idéia o que pode ser. Arrastamos-nos pelos dias longos da semana e sempre temos esse peso no coração, sem saber do que se trata.

Bom, no meu caso, eu descobri o que é esse peso que levo a cerca de duas semanas, é saudade.

Saudade? Sim saudade, do meu santuário e não se engane por que não se trata de é uma igreja qualquer, é um santuário azul esverdeado, um santuário de águas, águas salgadas que parecem energizar a pele, os músculos, os ossos, o sangue, o coração e a ALMA!

Sobreviver nessa selva de pedra sem poder ver o mar é difícil, as vezes chega a ser insuportável, como esta sendo agora... A saudade das águas salgadas do nosso litoral faz feridas grandes no corpo, na mente!

A sensação da última boa onda surfada já escorrega entre os dedos, já esta escassa, já não alimenta mais. A cada minuto que passa aquela sensação de liberdade, de prazer incondicionável, que nenhuma droga ou outra coisa pode proporcionar, se apaga da memória.

Saudade do mar, saudade das ondas, saudade da liberdade...

Sinto-me preso, desmotivado para encarar o trânsito, a crueldade da cidade, da insanidade paulistana, a rotina dos estudos e trabalho, é como se a felicidade nas pequenas coisas já não fossem reais, como se mesmo a alegria em sua volta não te contagiasse ou que você não conseguisse absorver tudo, sentindo que ainda falta alguma coisa.

Ser surfista em meio de tanto concreto é cruel, não poder descer a serra mesmo sendo o que mais se quer, São Paulo, nesse momento me sufoca.

Essa abstinência me faz tremer, me faz “surfar” pela internet para encontrar vídeos de surfe ou simplesmente das ondas quebrando solitárias, para tentar matar a saudade que corroí as entranhas, porém essa busca parece mais maltratar do que ajudar.

O que mais queria era ver o mar, sentir o seu odor, sua brisa, suas curvas e retas, sua força... O que mais queria agora, era poder descer destemidamente uma onda, fazer uma curva leve e fluida na base da onda, rapando a mão na água... Acertar a prancha na fase da onda e acelerar apenas acelerar e sentir o vento no rosto até o final... Voltar para o pico e lá encontrar os amigos... Contar piadas e rir um da cara do outro... Até o anoitecer...

O que mais queria era ver o mar e surfar-lo...

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