"Surfar é uma arte e há muitas linhas diferentes para desenhar em uma onda" Kelly Slater







sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Big Wednesday - Noronha

Foto de Aleiko Stergiou - Site Waves


A escassez de ondas no litoral paulista me fez olhar para outros mares. Semana passada aconteceu na paradisíaca ilha de Fernando de Noronha o 1° evento WQS (antiga divisão de acesso do surfe mundial, já que agora o ranking será unificado) 6 estrelas Prime, que rende a maior pontuação e grande premiação em dinheiro.


Por conta dessa grande pontuação (equivalente a um 3° lugar no circuito principal) vários surfistas de renome apareceram em águas Tupiniquins. Porém esse campeonato aconteceu com uma ondulação modesta e foi vencido pelo Top mundial C.J. Hobgood contra o brasileiro (ainda sem patrocínio) Raoni Monteiro.


C.J. Hobgood saiu do Brasil super contente, mas deve ter ficado um pouco amargurado caso tenha visto as imagens das ondas que apareceram em Noronha essa semana. Pois é, agora o palco é um pouco diferente, estava acontecendo uma etapa do campeonato nordestino, e as ondas resolveram aparecer, e apareceram gigantes!


Quarta-feira quebraram ondas de 5 metros em plena Cacimba do Padre. E os surfistas que estava presentes se esbaldaram nas paredes azuis de Noronha. O campeonato foi paralisado devido a situação perigosa que se mostrava o mar, mas algum gênio resolveu promover um “mini” campeonato, objetivo: pegar a maior onda e realizar a melhor performance.


Esse “mini” campeonato (que de “mini” não tinha nada) foi batizado de Big Wednesday, a idéia foi retirada de um dos melhores filmes de surfe de todos os tempos, que leva exatamente esse mesmo nome.


O filme de 1978, que inclusive já foi tema de texto neste blog, retrata a vida de 3 amigos na época da guerra do Vietnã, mostrando que mesmo com tantos problemas, de tantas mudanças, o surfe era “cola” que os mantinham juntos (alias, procurem este filme, por que tenho certeza que os amantes das ondas vão se apaixonar pelas imagens e pelo excelente roteiro do filme).


Voltando a Noronha, os surfistas entraram no mar com a “cara e a coragem”, sem auxilio de Jet-ski’s, apenas na força de seus braços e alma.


O resultado não importa tanto quanto o amor ao mar que esses surfistas têm, por que a premiação era de 3.000 reais para a maior onda e 2.000 reais para a melhor performance, esse valor não se compara a uma vida perdida no mar, então, eles não foram atrás de dinheiro, foram atrás das ondas e da gloria de descer uma bomba de 5 metros de altura na Cacimba do Padre com todo mundo vendo.


Saulo Junior e Bruno Santos foram coroados com a maior onda e melhor performance respectivamente e saíram do mar com a coroa de vencedores, mas todos os surfistas que encararam aquelas ondas mereciam uma medalha (no mínimo), pela coragem!


E pensar que aqui vivemos esse Flat (falta de ondas) por tanto tempo, tantos dias seguidos. Não digo que o ideal era que esses 5 metros de onda migrassem para cá, mas que viesse algum resquício, para fazer a alegria da galera por aqui, não seria nada mal.


O pior é que agora vem o maior feriado do Brasil, carnaval, de estradas lotadas, praias lotadas (e como sempre SUJAS), e o pior, aquele crowd infernal, mas o que se vai fazer, vida de surfista paulista é assim mesmo, quem sabe netuno não nos prepara uma surpresa e nos agracia com um mar épico em ritmo de samba!? Acho que vale a pena conferir. Bom carnaval a todos, juízo com a bebida e com as festas... Sambem muito, divirtam-se muito e se possível, boas ondas!!!

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